Os assustadores números que denunciam escancaradamente uma crise econômica na Argentina, refletem diretamente nas decisões da sua população nas eleições presidenciais que acontecem neste domingo 19 de novembro.
Senão vejamos: A expectativa de inflação até março de 2024 pode chegar próximo a 300% no período de um ano.
A Argentina tem hoje uma dívida pública de 403 bilhões de dólares e juros de 137% ao ano nos indicadores de hoje. A dívida é com empresas privadas e públicas.
Enquanto isso, as reservas brutas cambiais da Argentina são de meros 21 bilhões de dólares, mas reservas líquidas estão em números negativos.
O que é ainda mais preocupante, é a recessão do país ter se abatido diretamente no bolso da população argentina, e hoje 40% de seus habitantes estão considerados dentro e abaixo da linha de pobreza.
Quem são os dois candidatos do segundo turno?
De um lado o esquerdista Sergio Massa que é o atual Ministro da Economia e sucessor do presidente atual o impopular Alberto Fernández. Massa significa, portanto, a continuidade do governo que está afundando a Argentina.
O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica declarou recentemente: “A Argentina é uma coisa indecifrável. Como você explica que o ministro da Economia, com uma inflação como a da Argentina, vai brigar pela presidência?” O presidente brasileiro Lula da Silva já se declarou por diversas vezes a favor de Massa.
Do outro lado o direitista Javier Milei que usa um discurso agressivo diante da atual situação argentina, e já foi por diversas vezes comparado ao ex-presidente Bolsonaro e até ao Donald Trump a quem diz admirar.
Ele já fez duras críticas ao presidente Lula, chamando-o de comunista e de corrupto, dizendo que por isso esteve na cadeia.
Milei diz que, se eleito, cortará relações comerciais com o Brasil (que é o atual maior parceiro comercial) e com a China, que vem logo atrás, porque são países de esquerda. Além disso, afirma Milei, não terá relações comerciais com os países não democráticos, como a Venezuela, Nicarágua e Cuba, por exemplo.
A moeda argentina está tão desvalorizada (mil pesos equivalem a um dólar blue) que Milei chama o peso de excremento, e promete primeiramente fechar o Banco Central e depois dolarizar a economia. Isto é bom e ruim ao mesmo tempo: é importante que a economia se estabeleça sob pilares mais seguros com uma moeda forte, mas é preciso ter cartas na manga para sustentar por um tempo a nova economia. Em caso de dificuldade financeira, não tem como emitir mais dinheiro para resolver algo urgente, mesmo que isto resulta em inflação.
A Argentina ter hoje 18 Ministérios e Milei, visando economia, quer fechar 10 e manter apenas 08 Ministérios. Para efeito de comparação: o Brasil tinha 23 Ministérios no governo Bolsonaro e Lula criou mais 14 tendo hoje 37 Ministérios. O gasto público é de 47% do PIB; Milei quer reduzí-lo para 15%.
Quem está na frente nas pesquisas
Estamos diante de um real empate técnico. Um resumo das últimas pesquisas deram 38% à Sergio Massa e 43% à Javier Milei. Em torno de 6% dos eleitores se declararam indecisos, e o restante dos 13% se dividem entre brancos e nulos.
Redação Destaque Entre Rios